Este modelo mostra as duas curvas que se acolhem mutuamente. Elas indicam a mudança entre o 'velho' que está em declínio e traz consigo a sabedoria, o aprendizado, assim como o apego e a resistência, e o 'novo' que emerge com a necessidade e a espontaneidade e reflete a instabilidade do surgimento. Na medida em que passa o tempo e há uma complementaridade e uma 'ponte' surge para ligar os dois momentos. Assim como há quem participe de uma e ou de outra, há os que participam nas duas, servindo de elo de ligação.
O modelo de dois ciclos tem sido uma peça fundamental da teoria da mudança do Berkana Institute (http://berkana.org/about/our-theory-of-change/). Explica como um sistema culmina e começa a entrar em colapso, quando as alternativas isoladas lentamente começam a surgir e dar lugar ao novo. Explica a teoria duas curvas e fala sobre a maneira que o trabalho de nomear, conectar, nutrir e iluminar se encaixam nesse modelo. Também identifica alguns dos diferentes papéis que podem ser desempenhados no acolher do sistema que morre, e na inauguração do sistema alternativo, clarificando a escolha entre os dois.
Acredita-se que não há solução universal para os desafios do nosso tempo: o aumento da pobreza e da doença, os sistemas em larga escala que não funcionam mais, a degradação ecológica. Mas um impacto social globalizado se torna possível quando as pessoas que trabalham a nível local são capazes de aprender umas com as outras, com a prática colaborativa e compartilhando o aprendizado com as comunidades em todos os lugares. Tem-se observado que a mudança em grande escala surge quando as ações locais se conectam globalmente, preservando a cultura local, gosto e forma. Tem-se chamado essa aprendizagem de trans-local.